Detroit: Become Human | Jogo gera polêmica com cena de abuso infantil

Detroit: Become Human, próximo jogo da Quantic Dream, gerou uma nova polêmica e está recebendo diversas críticas pela forma como o jogo retrata a violência infantil.

O gameplay do jogo mostra uma das histórias protagonizadas pela androide Kara, que presencia um caso de violência contra uma criança. Na cena em questão, que vocês podem conferir abaixo, o personagem Todd vai atrás de sua filha Alice com um cinto na mão, dizendo estar muito bravo. A cena termina com o homem colando a filha na cama, que aparenta estar morta. Confira:


O vídeo mostra que os jogadores podem impedir que isso aconteça e que cada escolha gera uma reação diferente. Segundo o roteirista Adam Williams, o objetivo não é passar uma mensagem sobre violência, mas sim mostrar que a androide Kara é “uma personagem mais humana do que o pai” [da Alice].

O grande problema do trecho em questão, é que o jogador tem a opção de não fazer nada e permitir que o pai violente a filha. A fundadora da Childline, Dame Esther Rantzen, afirmou ao Daily Mail (via Jovem Nerd) que a cena é “repulsiva”.

“Violência contra crianças não é entretenimento. Não é um jogo. É um pesadelo real para milhares de crianças que precisam viver estas situações. Os criadores deste jogo deveriam se envergonhar. Acho que é perverso. Quem acha que bater em uma criança é divertido?,” disse Rantzen.

David Cage, responsável pelo desenvolvimento do jogo, defendeu a cena em questão em uma entrevista ao Eurogamer. “Eu tento contar uma história que importa para mim, que acho comovente, interessante e empolgante e meu trabalho como criador é talvez entregar algo que as pessoas não esperam. […] Acho que as pessoas deveriam ver a cena, jogar e vê-la no contexto para realmente entende-la. A regra que eu dou para mim mesmo é nunca glorificar violência, nunca fazer nada gratuito. É preciso ter um propósito, um significado, e criar algo que espero que seja significativo para as pessoas,” disse Cage

O desenvolvedor também afirmou que não há motivo para se envergonhar, porque acredita que não há nada errado com essa parte do jogo. “Há coisas que eu nunca faria. Eu nunca faria um jogo racista ou misógino. Estes são os limites. Quando você se sente bem com o conteúdo e o significado quando você sabe que não tem por que se envergonhar porque é justo e ele conta a história certa, porque é comovente. Não há limites.”

Detroit: Become Human será lançado para Playstation 4 em 2018.

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